O nosso objectivo foi representar o estado depressivo em que muita gente se encontra e não consegue exprimir. A nossa ideia bebe imenso da cultura pop, buscando alusões ao imaginário pouco ortodoxo do relacionamento entre Iggy e Bowie, passando pelos ritmos depressivos dos Joy Division, e dando-se o clímax no quadro "O Grito". Uma espécie de grito interior, como um pedido de ajuda que se espelha no recurso aos comprimidos.
A imagem é acompanhada por uma paleta cromática fria e melancólica, complementando o estado de espírito da personagem que se encontra deitada em posição fetal. Dentro da luz encontram-se os elementos que a ajudam a ultrapassar o dia e seguir a sua vida: a música e a medicação.
Mas neste preciso momento, em desespero e desesperança em relação ao futuro, ela rejeita esta "salvação", dando as costas para a luz e virando-se para a escuridão, o candeeiro com a lâmpada partida, O Grito, e o demónio no chão.
Irene Leite (texto) e Vítor Rocha (ilustração)
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